terça-feira, 18 de setembro de 2012

Canção do exílio


(releitura de poema homônimo de Gonçalves Dias)

Artigo III
Nenhum prematuro será arbitrariamente exilado de seu contexto familiar de modo brusco ou por tempo prolongado. A preservação deste vínculo, ainda quando silenciosa e discreta, é parte fundamental de sua vida.   
Canção do exílio


Minha terra tem carinhos
Em que eu gosto de deitar.
As vozes que aqui me tocam
Não me tocam como lá.

Minha terra tem mais gosto,
Mais ternura, mais sabores,
De um silencio com mais vida
Carregadinha de amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem cantigas,
Que me encantam pra ninar...
  
Minha terra tem delicias
Que tais não encontro eu cá.
Em cismar sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem carinhos
Em que eu posso descansar.

Não permita Deus que eu custe
A retornar pro meu lar
Pra desfrutar dos primores
Que não encontro por cá;
Para escutar as cantigas
Da minha mãe me ninar...

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